“O armazenamento de energia deve estar na agenda setorial, assim como as energias renováveis”, enfatiza Adalberto Moreira, VP da ABSAE
- ABSAE
- 11 de abr.
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O cenário energético brasileiro clama por inovação e visão estratégica. No centro dessa transformação, emerge o armazenamento de energia, uma tecnologia crucial para garantir a segurança, a estabilidade e a eficiência do nosso sistema elétrico. A recente iniciativa da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE) em promover um encontro de alto nível em Brasília, reunindo líderes, investidores e representantes do poder legislativo, representa um passo fundamental nessa direção, destaca Adalberto Moreira, Head de Negócios do Grupo Moura e vice-presidente da ABSAE.
A discussão central do evento girou em torno da necessidade urgente de incluir sistemas de armazenamento de energia, em particular baterias, no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP). Acredito firmemente que este leilão representa o principal catalisador para o crescimento do setor. Ignorar essa oportunidade seria um erro estratégico com graves consequências para o futuro da nossa matriz energética.
Além da inclusão no LRCAP, o desenvolvimento de um marco regulatório robusto e adequado para o setor é imprescindível para atrair os investimentos necessários para impulsionar o armazenamento de energia no Brasil. Estimamos que cerca de R$ 40 bilhões podem ser injetados na economia com a criação de um ambiente regulatório favorável. Esse montante significativo impulsionaria a criação de empregos, o desenvolvimento tecnológico e a modernização da nossa infraestrutura.
“É importante ressaltar que o armazenamento de energia não deve ser encarado como um concorrente das fontes tradicionais de energia, mas sim como um aliado estratégico. As baterias, por exemplo, podem ser utilizadas para atender a picos de demanda, suprindo a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que, além de mais poluentes, podem ser até 30% mais caras. A tecnologia de armazenamento de energia já demonstrou sua eficácia e economicidade em diversos países ao redor do mundo, e o Brasil não pode ficar para trás”, afirma.
O otimismo que sinto em relação ao futuro do setor é reforçado pelo crescimento constante da ABSAE e pela crescente adesão do mercado. Cada vez mais empresas e investidores compreendem o potencial do armazenamento de energia e estão dispostos a apostar nesta tecnologia.
Precisamos trabalhar em conjunto, setor público e privado, para garantir que o Brasil aproveite ao máximo os benefícios do armazenamento de energia. É hora de colocar essa tecnologia no centro do debate energético, ao lado das energias renováveis. Só assim poderemos construir um futuro energético mais seguro, sustentável e competitivo.
Encontro estratégico
A ABSAE reuniu líderes e investidores, em fevereiro, em Brasília para debater o futuro do armazenamento de energia no Brasil e a urgência de um marco regulatório.
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