ABSAE e ABEEólica promovem diálogo estratégico para consolidar o Armazenamento de Energia no Brasil
- ABSAE
- 10 de mar.
- 3 min de leitura
A Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE) em conjunto com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), realizaram, em 19 de fevereiro, em Brasília, um encontro estratégico com foco no futuro do setor energético brasileiro. O evento reuniu parlamentares, líderes e associados para discutir temas cruciais, como a inclusão de baterias no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), a criação de um marco regulatório robusto e a atração de investimentos da ordem de R$ 40 bilhões. O debate reforçou a necessidade de o Brasil acelerar sua transição energética, alinhando-se às melhores práticas globais e garantindo segurança e eficiência ao sistema elétrico nacional.
A urgência de um marco regulatório e a inclusão de baterias no LRCAP
Os associados da ABSAE foram unânimes em destacar a importância de um marco regulatório claro e consistente para o setor de armazenamento de energia. Sérgio Jacobsen, CEO da Micropower Energia e membro do Conselho da ABSAE, ressaltou que "parar com a construção de gerações renováveis não é a solução e sim trazer mais tecnologia, que é o que o resto do planeta está usando". Ele defendeu a realização de um leilão de baterias com volume mínimo adequado, capaz de demonstrar a viabilidade da tecnologia e seus benefícios ambientais e econômicos.
Gabriella Reigada, CEO da SEC Power e membro do Conselho da ABSAE, reforçou que o LRCAP representa "o grande marco do setor". Ela criticou o atraso do Brasil em relação a outros países na adoção de armazenamento de energia e destacou a necessidade de regulação para atrair investimentos. "O LRCAP será o grande marco para o setor energético brasileiro", afirmou, com expectativa de que o setor atinja 2 Gigawatt (GW) de potência e 8 Gigawatt-hora (GWh) de armazenamento.
"A inserção das baterias no LRCAP pode ser um divisor de águas, pois permitirá que a energia renovável seja melhor aproveitada e reduzirá a necessidade de fontes fósseis", pontuou Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Ela também criticou a atual estrutura do setor elétrico, que penaliza as fontes renováveis ao limitar sua injeção na rede em momentos de excesso de oferta.
Armazenamento de Energia: um aliado estratégico para o sistema elétrico
Adalberto Moreira, Head de Negócios do Grupo Moura e vice-presidente da ABSAE, destacou que o armazenamento de energia deve estar na agenda setorial, assim como as energias renováveis. Ele enfatizou que a tecnologia pode ser até 30% mais barata que as termoelétricas para atender a picos sistêmicos, além de ser uma solução amplamente adotada globalmente. "O armazenamento de energia é o principal catalisador para o crescimento do setor", afirmou, demonstrando otimismo com o crescimento da ABSAE e a adesão do mercado.
Cristiano Saito, líder de desenvolvimento de negócios da Aggreko e membro do Conselho da ABSAE, comparou o armazenamento de energia a um "canivete suíço" devido à sua versatilidade. Ele defendeu a inclusão da tecnologia na agenda legislativa, destacando que "não é uma disputa por subsídio, é uma disputa realmente para criar um mercado". Saito reforçou que o armazenamento pode melhorar a confiabilidade do sistema elétrico e reduzir perdas nas energias solar e eólica, consolidando o Brasil como um dos maiores players de energia renovável globais.
Desmistificando as baterias e atraindo investimentos
Roberto Valer, Diretor da Área Técnica da Huawei e membro do Conselho da ABSAE, enfatizou a importância de desmistificar a percepção das baterias como uma tecnologia experimental. Ele destacou que países como China e Chile já utilizam amplamente a tecnologia e que o Brasil precisa seguir o mesmo caminho. "Precisamos de um equilíbrio regulatório que permita uma proporção adequada de cada tecnologia no sistema elétrico, visando o menor custo para a sociedade", afirmou.
Um Futuro Energético Sustentável e Seguro
O encontro da ABSAE e ABEEólica evidenciou a urgência de políticas públicas e regulamentações que incentivem o armazenamento de energia no Brasil. Os associados reforçaram que a tecnologia não deve ser vista como concorrente das fontes tradicionais, mas como um aliado fundamental para a transição energética e a segurança do sistema elétrico.
Com investimentos previstos de R$ 40 bilhões e a expectativa de consolidar o Brasil como líder global em armazenamento de energia, a ABSAE reafirma seu compromisso em promover o diálogo entre setor público e privado, garantindo um futuro energético sustentável, eficiente e alinhado às demandas do século XXI.
O momento é de ação. O Brasil tem o potencial e a expertise para liderar a transição energética mundial, e o armazenamento de energia é peça-chave nessa jornada. A ABSAE continuará à frente desse movimento, defendendo os interesses do setor e contribuindo para o desenvolvimento econômico e ambiental do país.
Comments